domingo, 2 de outubro de 2016
sábado, 17 de setembro de 2016
São José: Excelências de príncipe e operário
Para se traçar o
verdadeiro perfil moral do chefe da Sagrada Família, seria preciso saber
interpretar a Divina Face do Santo Sudário de Turim e, à maneira de suposição,
deduzir algo da personalidade de quem foi o educador daquele semblante que ali
está, e o esposo da Mãe d’Ele.
Casado com Aquela que é
chamada de o “Espelho da Justiça”, pai adotivo do “Leão de Judá”, São José
devia ser um modelo de fisionomia sapiencial, de castidade e de força. Um homem
firme, cheio de inteligência e critério, capaz de tomar conta do Segredo de
Deus. Uma alma de fogo, ardente, contemplativa, mas também impregnada de
carinho.
Descendia da mais
augusta dinastia que já houve no mundo, isto é, a de David. Segundo São Pedro
Julião Eymard, Fundador da Congregação dos Padres Sacramentinos, os judeus
reconheciam em São José o homem com direito ao trono real, caso a monarquia
legítima fosse restaurada na Terra Santa. Direito este que Nosso Senhor Jesus
Cristo herdou de seu pai legal, e por isso foi aclamado como “o filho de
David”, quando entrou em Jerusalém. Ou seja, não era um descendente qualquer do
Rei Profeta, mas o primogênito pretendente ao trono. E São José era o varão por
meio de quem esta dignidade se transferiu para o próprio Filho de Deus.
Quis a Providência
nobilitar a classe operária, fazendo com que o pai adotivo de Jesus fosse
também trabalhador manual, exercendo o ofício de carpinteiro. Desse modo, São
José reunia em si os dois extremos da escala social na harmonia interior da santidade
e da pessoa dele. Estava no ápice como príncipe da Casa de David, mas era um
príncipe empobrecido, que tirava do seu labor artesanal o sustento da Sagrada
Família.
Como operário, soube ser
humilde e tributar o devido respeito aos que lhe eram superiores. Como
príncipe, conhecia também a missão de que estava imbuído, e a cumpriu de forma
magnífica, contribuindo para a preservação, defesa e glorificação terrena de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Em suas mãos confiara o Padre Eterno esse Tesouro, o
maior que jamais houve e haverá na História do universo! E tais mãos só podiam
ser as de um autêntico chefe e dirigente, um homem de grande prudência e de
profundo discernimento, bem como de elevado afeto, para cercar da meiguice
adorativa e veneradora necessária o Filho de Deus humanado.
Ao mesmo tempo, um homem
pronto para enfrentar, com perspicácia e firmeza, qualquer dificuldade que se
lhe apresentasse: fossem as de índole espiritual e interior, fossem as
originadas pelas perseguições dos adversários de Nosso Senhor.
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domingo, 12 de junho de 2016
São José: O único homem à altura de Jesus e Maria
Eleita pela Santíssima
Trindade para ser a Mãe Admirável do Verbo Encarnado, Nossa Senhora é a mais
perfeita de todas as meras criaturas. Mesmo se considerássemos, num só
conjunto, as excelências dos Anjos, dos Santos e dos homens que existiram,
existem e existirão até o fim do mundo, não teríamos sequer uma pálida ideia
das celestes perfeições de Maria, que reluziram aos olhos de Deus desde o
primeiro instante de sua Imaculada Conceição.
Para cumprir os eternos
desígnios da Divina Providência no tocante à Redenção da humanidade, foi preciso
que, em determinado momento, essa criatura excelsa contraísse legítimo
matrimônio. Assim poderia Ela, sem detrimento de sua reputação, conceber
miraculosamente e dar à luz o Filho do Altíssimo.
Ora, entre esposo e
esposa deve haver certa proporcionalidade: não pode um ser por demais superior
ao outro. Era necessário, portanto, surgir um homem que, por seu amor a Deus,
por sua justiça, pureza, sabedoria, enfim, por todas as suas qualidades,
estivesse à altura daquela augusta Esposa.
Mais ainda. É também
conveniente que o pai seja proporcionado ao filho. Por isso, era preciso que
esse mesmo varão, com toda a dignidade, arcasse com a honra de ser o pai
adotivo do Verbo feito carne.
E houve um único homem
criado para essa sublime missão, um homem cuja alma recebeu do Pai Eterno todos
os adornos e predicados que o colocassem inteiramente à altura de seu chamado.
Esse homem, entre todos escolhido por estar na proporção de Nossa Senhora e de
Nosso Senhor Jesus Cristo, foi São José.
A ele coube essa glória,
esse píncaro inimaginável de ser esposo da Virgem-Mãe e pai legal do Menino
Jesus. Como legítimo consorte de Nossa Senhora, possuía São José plenos
direitos sobre o Fruto das imaculadas entranhas d’Ela, embora este Fruto
houvesse sido engendrado pelo Espírito Santo. Quer dizer, sem contar a própria
maternidade divina, não se pode conceber vocação mais extraordinária! É uma
grandeza inconcebível.
Pensemos, por exemplo,
nos momentos em que São José trouxe em seus braços o Menino Jesus, ou naqueles
em que ele O viu praticar os atos da vida comum na santa casa de Nazaré, ou
ainda nas horas em que O contemplou imerso nos colóquios com o Padre Eterno...
Consideremos quão puros deviam ser seus lábios, e quão insondável a sua
humildade para conversar com o Divino Infante, responder às perguntas d’Ele ou
Lhe dar um conselho, quando solicitado. Um simples ser humano, formado e
plasmado pelas mãos do Criador, ensinando a Deus!
Pensemos, ainda, no
trato repassado de elevação e respeito entre São José e Nossa Senhora, quando
Ela se ajoelhava diante dele para o servir. Ele vê aquela Criatura, que é o Céu
dos Céus, inclinada à sua frente, e aceita seus préstimos. Como se tal não
bastasse, a Esposa também se aconselha com ele, troca opiniões e acata suas
ordens.
Numa palavra, ele era o
homem que tinha bastante sabedoria e pureza para governar a Deus e a Virgem Maria.
Então se compreende quão inimaginável é a grandeza de São José!
Continua.
sexta-feira, 18 de março de 2016
Modelo de cavaleiro
Um dos episódios mais
bonitos da vida de São José é a fuga para o Egito.
O Santo Patriarca recebe
em sonho a visita de um Anjo que lhe diz que o Rei Herodes está querendo matar
o Menino Jesus. Então ele sai às escondidas, com Nossa Senhora e seu Divino Filho,
e vão para o Egito.
A defesa do maior
tesouro que houve na Terra — e tesouro maior do que esse não há no Céu — ficou inteiramente
confiada a São José, que representava o braço vigoroso, a previdência, a força
varonil na defesa de um Menino que era ao mesmo tempo Deus, mas quis ser fraco
nas mãos de São José.
Nós louvamos e
apreciamos muito a vocação de Godofredo de Bouillon, que comandou as tropas na
reconquista de Jerusalém. É o cruzado por excelência, é uma coisa linda!
Entretanto, muito mais
do que retomar o Santo Sepulcro para Nosso Senhor é defender a Ele próprio! E
disto São José foi encarregado bela e gloriosamente. Ele foi, portanto, o
cavaleiro-modelo na defesa do Rei dos reis, do Filho de Deus encarnado.
Plinio Correa de
Oliveira - Extraído de conferência de 30/7/1989
quarta-feira, 16 de março de 2016
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